23º dia conflito Rússia x Ucrânia

Putin reúne multidão em estádio durante evento de celebração da anexação da Crimeia

‘Nunca tivemos tanta força’, diz Putin em estádio lotado

Hoje, dia 18 de março, foram organizados na Rússia vários eventos para comemorar os oito anos da reintegração da península da Crimeia à Federação da Rússia.


“A Rússia já tinha feito todo o possível para levantar a Crimeia. Sebastopol criou uma barreira contra os neonazistas, e as pessoas em Donbass também não concordaram com esse governo”, disse o presidente russo.

O presidente russo disse que o povo da península da Crimeia queria viver em sua terra, em sua pátria histórica, ou seja, com a Rússia, e por isso votaram no referendo em 18 de março de 2014.

Falando da operação militar russa na Ucrânia, o presidente Vladimir Putin afirmou que o povo de Donbass sofreu genocídio e a Rússia visa libertar as pessoas da região. Putin citou a Bíblia em seu discurso: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.”

“Nós sabemos o que fazer em seguida, como e por quais meios. E nós certamente concretizaremos todos os planos planejados”, afirmou o chefe de Estado russo.

Putin falou sobre o início da operação na Ucrânia no dia 24 de fevereiro. Conforme lembrou Putin, esse dia acidentalmente coincidiu com o aniversário do proeminente senhor da guerra russo, Fyodor Ushakov. E citou sua frase:

Esses trovões vão para a glória da Rússia.””Assim foi naquela época. Assim é hoje. E sempre será assim”, concluiu o líder russo.

Ovacionado por apoiadores com muitas bandeiras russas e cores do país pintadas no rosto, Putin disse ainda que está “salvando a Ucrânia de todo o sofrimento” que o país, segundo ele, vinha passando.

O discurso de Putin foi precedido de shows ao vivo no estádio.

A polícia de Moscou afirmou que mais de 200.000 pessoas estavam dentro e ao redor do estádio Luzhniki.

Brasil, China e Rússia não desejam ser tutelados por ‘xerife americano’, diz Lavrov

A Rússia “perdeu todas as ilusões” de depender do Ocidente e Moscou “nunca aceitará” uma visão do mundo dominada pelos Estados Unidos, que quer agir como um “xerife global”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta sexta-feira (18).

“Mas há países que não concordam com uma aldeia global com um xerife americano, estando a China, o Brasil, a Rússia, Índia e o México entre os que não querem ser obrigados a prestar continência”, disse chanceler russo em entrevista ao canal RT, nesta sexta-feira (18).

A resposta desafiadora de Lavrov ao esforço do Ocidente para isolar seu país ecoou a de Putin, que indicou nos últimos dias que a era pós-1991 da história russa chegou ao fim e que, a partir de agora, Moscou olhará para a China, Índia e cada vez mais para dentro.

“Agora teremos que confiar somente em nós mesmos e em nossos aliados que ficam conosco”, disse Lavrov. “Nós não estamos fechando a porta para o Ocidente — eles que estão fazendo isso”.

Lavrov, ministro de Vladimir Putin desde 2004, disse que a reação do Ocidente ao que Moscou chamou de “operação militar especial” tinha ilustrado que o Ocidente era completamente dominado pelos Estados Unidos e que a União Europeia era em grande parte impotente.

A Rússia olharia para o leste, disse ele.

“O que os americanos querem é um mundo unipolar que não seja como uma aldeia global, mas como uma aldeia americana — ou talvez como um saloon, onde você sabe que o mais forte dá as ordens”, disse Lavrov

Quaisquer carregamentos que contenham armas para a Ucrânia, serão alvos legítimos para a Rússia, advertiu Lavrov.

Brasil segue países do BRICS e se abstém em resolução contra Rússia na UNESCO

Diante das diversas declarações contra Moscou na ONU e em seus derivados órgãos como a UNESCO, Brasília considera que o melhor é se abster para diminuir as tensões visando desencurralar Rússia para não aprofundar a crise.

Adotando um posicionamento diferente dos anteriores no âmbito das recentes votações da ONU sobre o conflito na Ucrânia, o Brasil se absteve em uma resolução contra Rússia analisada pela UNESCO, órgão das Nações Unidas, na quarta-feira (16).

No Conselho de Segurança, na Assembleia Geral e no Conselho de Direitos Humanos da organização, o Itamaraty apoiou os projetos apresentados que condenam a operação, mas na votação de ontem (16), a qual denuncia o fato de que “vários edifícios educacionais já foram destruídos ou danificados [na Ucrânia], como o edifício da Universidade Nacional Karazin em Carcóvia”, Brasília se absteve.

A resolução foi aprovada com 33 apoios, 24 abstenções e um voto contrário, o de Moscou. Além do Brasil, todos os países-membros do BRICS (Índia, China, Rússia, África do Sul) também rejeitaram votar a favor ou contra a declaração.

Reunião do Conselho de Segurança da ONU, 28 de fevereiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 17.03.2022

Drones invadem espaço aéreo da Otan e provocam tensão

Na semana passada, um drone voou mais de 350 milhas, cerca de 560 quilômetros, para além da fronteira ocidental da Ucrânia antes de quebrar na Croácia, um país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O drone transportava uma bomba, disseram as autoridades croatas, e ainda não é claro se pertencia às forças ucranianas ou russas.

Outro drone entrou recentemente no espaço aéreo da Romênia, ao sul da Ucrânia. E na terça-feira, os militares ucranianos disseram que abateram um drone russo que tinha reentrado na Ucrânia através do espaço aéreo polaco.

O trio de incidentes com drones aumentou as preocupações de que a guerra da Rússia na Ucrânia pudesse se alastrar aos países da Otan, mesmo que involuntariamente, forçando a aliança a decidir como responder – se é que isso acontece – a incidentes que ocorrem dentro das suas fronteiras.

Os responsáveis da defesa dos EUA dizem que os drones errantes que entraram no território da Otan pareceram ser, em grande parte, inadvertidos.

Em ligação telefônica com Biden, Xi Jinping disse não ter interesse em fomentar o conflito na Ucrânia

O governo chinês divulgou agora há pouco um resumo sobre a conversa por telefone mantida nesta sexta-feira (18) entre os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping. Na ligação, o líder chinês manifestou não ter interesse em se envolver na guerra da Ucrânia, e pediu a Biden esforços para que o conflito termine o mais rápido possível, segundo a nota.

“Os países não deveriam chegar ao ponto de se encontrarem em um campo de batalhas. O conflito e os confrontos não são de interesse de ninguém. A paz e a segurança é o que a comunidade internacional deveriam priorizar”, declarou o presidente chinês após a conversa.

Rússia decreta que estabeleceu zona de exclusão aérea na região separatista da Ucrânia

A Rússia estabeleceu uma zona de exclusão aérea na região do Donbass, na Ucrânia, onde há separatistas.

A informação é de um dirigente da autoproclamada República Popular de Donetsk, e foi divulgada pela agência de notícias russa Interfax.

Lviv é atacada pela primeira vez

Kharkiv, Kiev e uma área próxima de Lviv sofreram bombardeios russos na manhã desta sexta-feira (18/3), segundo autoridades ucranianas. Nas duas primeiras cidades, houve mortes, enquanto na terceira um centro de manutenção de aviões foi atingido.

A cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, foi atacada com mísseis pela primeira vez desde o começo da invasão.

Na manhã desta sexta-feira (18), os russos atingiram locais a cerca de 6,5 quilômetros do centro de Lviv.

Seis mísseis foram disparados em direção a Lviv. Os projéteis provavelmente foram lançados por aviões de guerra russos próximos ao Mar Negro, disse o Exército da Ucrânia.

Os mísseis atingiram uma oficina mecânica de aviões que fica no complexo do aeroporto da cidade, segundo o prefeito, Andriy Sadovy.

As autoridades ucranianas apontam que a intensidade dos ataques russos se encontra em uma escalada assombrosa

Lviv fica perto da fronteira com a Polônia. Muitos ucranianos foram para lá assim que começou o ataque

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