19º dia da operação especial da Rússia na Ucrânia

Tratado de paz com a Rússia pode ser alcançado até maio e combates podem durar mais de uma ano

Aleksei Arestovych, conselheiro do chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, acredita que um acordo de paz com a Rússia pode ser alcançado dentro de uma ou duas semanas.

O conselheiro explicou que a Ucrânia poderia chegar a um acordo de paz com a Rússia “até maio, e talvez muito mais rápido“.

Ele acrescentou que se o tratado não for alcançado, então “até o final de maio, após outra rodada [de negociações]”, as hostilidades continuarão. Embora otimista, Arestovych sugeriu que “combates locais” poderiam durar por mais um ano em todo o país.

Kremlin diz que planos da operação na Ucrânia serão cumpridos

O Kremlin disse nesta segunda-feira que a Rússia pode assumir o controle total das principais cidades ucranianas e advertiu o Ocidente de que tinha poder militar suficiente para cumprir todos os seus objetivos na Ucrânia sem qualquer necessidade de ajuda da China.

“O Ministério da Defesa da Federação Russa, embora assegurando a máxima segurança da população civil, não exclui a possibilidade de tomar os principais centros populacionais sob controle total”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

E ressaltou:

Todos os planos russos de desmilitarização da Ucrânia serão realizados no prazo programado”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Peskov disse que algumas das principais cidades da Ucrânia já estavam cercadas por forças russas.

Ele revelou que o Exército russo não descarta que possa assumir o controle total sobre as grandes povoações na Ucrânia assegurando a máxima segurança da população.

Quanto às sanções anti-russas impostas pelos países do Ocidente, o porta-voz russo assegura que há todas as razões para pensar que as consequências da “guerra econômica” serão minimizadas.

Quando perguntado sobre comentários de autoridades dos Estados Unidos, que disseram que a Rússia havia pedido equipamento militar para a China, Peskov disse: “Não”.

“A Rússia possui seu próprio potencial independente para continuar a operação. Como dissemos, ela está indo de acordo com o planejado e será concluída a tempo e na íntegra”, afirmou.

O porta-voz relembrou ainda os bombardeios das cidades da Iugoslávia pelos EUA:

“Todo o mundo conhece o estilo cruel das autoridades americanas que, para atingir seus objetivos, não valorizam as vidas da população civil. Todos lembram o bombardeamento em massa da ex-Iugoslávia, os ataques de mísseis no centro de Belgrado, as múltiplas vítimas não justificadas nos países do Oriente Médio, os crimes cometidos durante 20 anos no Afeganistão, quando em um só ataque eram eliminadas centenas de pessoas em casamentos e casas residenciais. Essa crueldade não preveniu a fuga vergonhosa da América desse país”.

Peskov Patria e Defesa

EUA abandonaram plano de treinar militantes ucranianos por medo de provocar Rússia

A Casa Branca cancelou um plano de treinamento de milícia ucraniana para uma guerra de guerrilha contra a Rússia por temer provocar Moscou.

Lloyd Austin, secretário de Defesa dos EUA, teria tentado apresentar a ideia ao presidente Joe Biden, mas os funcionários de sua administração responderam que isso interferiria com tentativas de negociar uma solução diplomática com a Rússia, apesar de Washington recusar ter em conta as preocupações de segurança de Moscou, e apesar de expulsões de diplomatas russos.

Segundo o relato de domingo (13) do Politico, o plano de enviar “algumas centenas” de tropas de operações especiais dos EUA foi apresentado ao Congresso do país em dezembro.

Desde então, forças russas que conduzem a operação militar especial na Ucrânia, encontraram documentos assinados por Nikolai Balan, coronel-general da Guarda Nacional Ucraniana que integra milícias neonazistas, para uma grande ofensiva contra as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk no leste.

Os documentos dizem que as tropas foram selecionadas propositadamente e treinadas para esse ataque sob a bandeira da 80ª Brigada de Ataque Aéreo Separada em Yavorov, perto de Lvov, uma unidade que treinou com forças dos EUA e do Reino Unido.O quartel do Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança de Yavorov, a cerca de 20 km da fronteira com a Polônia, membro da OTAN, foi destruído em um ataque maciço com mísseis russos no domingo (13) de manhã que matou até 180 mercenários estrangeiros.

“Conflito nuclear, antes impensável, está no campo das possibilidades”, disse hoje secretário-geral da ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta segunda-feira (14) que a ameaça de um conflito nuclear voltou a ser um cenário possível.

“A perspectiva do conflito nuclear, antes impensável, está agora no campo das possibilidades”, afirmou o secretário.

Ele também pontuou que a comunidade internacional precisa trabalhar em conjunto para evitar uma crise no sistema de abastecimento alimentar global, visto que tanto a Ucrânia quanto a Rússia são importantes produtores mundiais de alimento.

“Precisamos fazer tudo ao nosso alcance para evitar uma tempestade de fome e derretimento do sistema alimentar global”, disse.

China diz que EUA quebraram acordo ao vender armas para Taiwan

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lijian Zhao afirmou nesta segunda-feira (14), que o país “se opõe firmemente” à venda de armas dos Estados Unidos a Taiwan. Segundo ele, isso “viola gravemente” o princípio de “uma única China”, ou seja, de que Taiwan é parte integrante da China continental.

Ele também considera que há infração de três comunicados conjuntos já firmados pelos dois países, “especialmente o de 17 de agosto”.

Na mensagem veiculada na conta oficial no Twitter da chancelaria chinesa, o porta-voz diz que, com essa atitude, os Estados Unidos interferem em questões internas da China. Para o governo Xi Jinping, a ação prejudica os laços bilaterais, bem como “a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”.

Taiwan é considerada pelo governo chinês como parte de seu território e é constantemente ameaçada de invasão. Centenas de reservistas do exército taiwanês participam de treinamento, nesta segunda-feira (14), em meio aos temores de que a ocupação russa na Ucrânia incentive a China de tentar o mesmo na ilha.

Bancos russos passam a permitir contas em yuan, a moeda chinesa

Com a Rússi oficialmente fora do sistema swift, o banco estatal VTB ofereceu à sua clientela a oportunidade de abrir contas de poupança em yuan chinês que rendem uma taxa de juros máxima de 8%.

O segundo maior banco do país foi atingido pelas sanções ocidentais destinadas ao isolamento financeiro total da Rússia por causa de sua guerra na Ucrânia.

“À luz do aumento das taxas de câmbio do dólar e do euro, muitos clientes estão demonstrando interesse em investir em outras moedas, e o yuan é uma das opções mais acessíveis e promissoras para investir fundos”, disse o banco em comunicado.

Os clientes existentes podem abrir depósitos remotamente no VTB Online com um valor mínimo de 100 yuans (US $ 16). Nas agências VTB, eles podem depositar um mínimo de 500 yuans.

Segundo o banco, a última oferta será a alternativa mais lucrativa aos depósitos em outras moedas estrangeiras. O rendimento anual de um depósito de três meses é de 8% em dólares e 7% em euros.

Rússia pediu ajuda militar à China, diz jornal

A Rússia pediu ajuda militar à China, segundo apuração do jornal britânico Financial Times.

Autoridades dos Estados Unidos teriam dito que o país solicitou equipamentos militares e outras assistências desde o início da guerra –o que preocupa a Casa Branca, embora não esteja claro até que ponto os chineses estão dispostos a ajudar.

As informações não são oficiais e não foram confirmadas pela Casa Branca.

O porta-voz da embaixada chinesa em Washington, Liu Pengyu, disse não ter conhecimento de qualquer pedido da Rússia de assistência militar. “A China está profundamente preocupada e triste com a situação da Ucrânia”, disse ao Financial Times. “Esperamos sinceramente que a situação melhore e a paz retorne em breve”, completou.

Xi Jinping e Putin

Ataque ucraniano com míssil Tochka-U deixa 20 mortos e 28 feridos em Donetsk

“O centro de Donetsk, próximo do prédio do governo, foi atingido por um míssil ucraniano Tochka-U. Há feridos”, afirmaram as autoridades.

No ataque, 20 pessoas morreram e outras 28 ficaram feridas. Entre as vítimas há crianças, segundo a República Popular de Donetsk.Posteriormente, as autoridades informaram que 17 pessoas morreram e outras 28 ficaram feridas.

Em comunicado oficial do Ministério da Defesa da Rússia, foi confirmado que 20 civis morreram em decorrência do ataque ucraniano com míssil Tochka-U no centro de Donetsk.De acordo com as autoridades locais, o míssil, lançado pelas tropas ucranianas e que atingiu o centro de Donetsk, continha um cassete de fragmentação.

Ataque ucraniano com míssil Tochka-U deixa 20 mortos e 28 feridos em Donetsk

Ataque com míssil de fragmentação dos nacionalistas ucranianos visava morte de civis, diz MD russo

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o ataque de nacionalistas ucranianos com um míssil Tochka-U, portador de cassete de fragmentação, no centro de Donetsk tinha objetivo de matar um grande número de civis.

Munição dos cassetes de fragmentação dos mísseis táticos Tochka-U indica que o objetivo dos nacionalistas na cidade era matar o maior número possível de civis.

Elon Musk desafia Putin para “combate” valendo a Ucrânia

Homem mais rico do mundo, Elon Musk, desafiou o presidente russo, Vladimir Putin, para um “combate”. O vencedor levaria a Ucrânia. 

“Por meio desta eu desafio Vladimir Putin para um combate individual. O prêmio será a Ucrânia”, publicou o bilionário dono da Tesla no Twitter nesta segunda-feira (14).

“Você concorda com essa luta?”, perguntou ele em sequência, marcando o perfil do Kremlin, conta oficial do presidente russo.

Em publicações anteriores, Musk reclamou do preço das commodities, fortemente impactados pela guerra na Ucrânia, e que vem afetando a produção nas suas empresas. 

Invasores ocupam mansão de bilionário russo em Londres

Invasores ocuparam, nessa segunda (14), uma mansão em Londres que se acredita ser de Oleg Deripaska, bilionário russo alvo de sanções.

Eles penduraram na fachada uma bandeira da Ucrânia e uma faixa com a frase: “Essa propriedade foi liberada”.

“Ao ocupar essa mansão, queremos mostrar solidariedade ao povo da Ucrânia, mas também às pessoas da Rússia que nunca apoiaram essa loucura”, declaram os invasores que se autodenominaram anarquistas.

“Vocês ocupam a Ucrânia, nós ocupamos vocês”, estava escrito na declaração.

Eles também disseram que a mansão serviria como um centro para refugiados e que iriam invadir outras propriedades.

Um porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson falou sobre a ocupação. “A invasão é ilegal, mas ao mesmo tempo estamos avaliando como fazer um uso adequado desses bens apreendidos”, disse o porta-voz. “Obviamente não achamos que as pessoas devam infringir a lei.”

Até a última atualização dessa reportagem, os invasores continuavam ocupando a mansão.

Bilionário russo

Documentos de 2007 do tribunal de Londres identifica Oleg Deripaska como o proprietário. Na época, a mansão e uma outra casa fora de Londres foram avaliadas juntas em US$ 52 milhões.

O Reino Unido bloqueou os bens de Deripaska na última quinta (10), junto com outros oligarcas russos próximos de Putin e que são apontados como apoiadores da invasão russa na Ucrânia.

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