Conselho de Segurança da ONU aprova cessar-fogo em Gaza

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira (25), pela primeira vez e após quatro tentativas anteriores fracassadas, uma resolução que exige um cessar-fogo da guerra na Faixa de Gaza.

A resolução foi aprovada por 14 votos a favor e uma abstenção, a dos Estados Unidos, e quando aprovada provocou aplausos na sala.

Na decisão, o Conselho exige “um cessar-fogo imediato durante o mês do Ramadã (que termina em 9 de abril), que conduza a um cessar-fogo duradouro”, ao mesmo tempo em que faz um apelo – não vinculativo – “à libertação imediata e incondicional de todos os reféns” nas mãos do Hamas.

O texto também frisa “a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária e reforçar a proteção dos civis na Faixa de Gaza” e pede a Israel (que não é mencionado) para “eliminar todas as barreiras a esta ajuda humanitária”.

A resolução foi apresentada pelos dez membros não permanentes do Conselho, entre os quais estão países africanos, asiáticos, europeus e latino-americanos.

A incerteza sobre sua aprovação permaneceu até o último minuto, já que a Rússia solicitou que houvesse uma votação separada para introduzir a palavra “permanente” após cessar-fogo – com o entendimento de que “duradouro” permitiria a Israel continuar com a guerra -, mas essa emenda não foi aprovada.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, comparou o que aconteceu em Gaza ao apocalipse.

– Olhando para Gaza, quase parece que os quatro cavaleiros da guerra, da fome, da conquista e da morte estão galopando por ela – declarou Guterres.

Embaixador de Israel diz que resolução sugere que “sangue israelense é barato”

A resolução aprovada nesta segunda-feira (25) pelo Conselho de Segurança da ONU que, pela primeira vez em quase seis meses, exigiu um cessar-fogo na Faixa de Gaza, transmite a ideia de que “o sangue de Israel é barato”, segundo o embaixador do país na ONU, Gilad Erdan.

Erdan discursou depois que a resolução foi aprovada por 14 votos a favor e uma abstenção, a dos Estados Unidos, o aliado mais fiel de Israel, que nessa ocasião se distanciou do seu parceiro.

 Isto é uma farsa e estou enojado – afirmou Erdan no final do seu discurso, no qual enviou uma mensagem indireta ao seu aliado americano:

“Todos os membros do Conselho deveriam ter votado contra essa vergonhosa resolução

O governo israelense já reagiu contra seu aliado americano por essa resolução, que desta vez os EUA não vetaram, e cancelou a viagem de dois conselheiros do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu à capital americana.

“Hoje, os Estados Unidos não vetaram o novo texto que pede um cessar-fogo sem a condição de libertar os sequestrados. Isto é um claro retrocesso em relação à sua posição constante no Conselho de Segurança desde o início da guerra” lamentou o escritório do primeiro-ministro em comunicado.

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